Na tarde desta quinta-feira, 08/12, cinco municípios pertencentes à bacia do rio Doce assinaram junto ao Comitê de Bacia Hidrográfica do Rio Doce (CBH-Doce), com apoio da Agedoce, Contrato de Transferência de Recursos Financeiros para a execução de ações referentes ao Programa de Redução de Perdas no Sistema de Abastecimento Público de Água – P23. Por meio da iniciativa, serão realizados investimentos para elaboração de projetos piloto de implantação de Sistemas de Gerenciamento de Perdas de Água em sistemas de abastecimento de água utilizando inteligência artificial.
A assinatura foi realizada na sede dos comitês, em Governador Valadares/MG. Na oportunidade, estiveram presentes os prefeitos, prefeitas e representantes dos municípios contemplados – Guanhães, João Monlevade, Manhuaçu, Raul Soares, na porção Mineira; e Itaguaçu, na porção Capixaba. O presidente do CBH-Doce, Flamínio Guerra, ficou lisonjeado com o momento e acrescentou que a parceria é de suma importância. “Hoje, alguns municípios tem, em média, de 30 a 60 % de perdas. Ou seja, dinheiro indo para o ralo. É isso que estamos combatendo, sendo, portanto, um programa de extrema importância não apenas para esses municípios, mas para toda a bacia do Doce”.
A prefeita de Manhuaçu, Maria Imaculada Dutra Dornelas, frisou que o projeto veio na hora certa. “Nós estávamos preocupados com as perdas de água tratada e, agora, o benefício será muito grande. Estamos aqui com muita alegria e satisfação para levar à nossa cidade um recurso tão valioso como esse”.
O Programa tem o objetivo de reduzir as perdas reais e aparentes nos sistemas de abastecimento de água dos municípios pertencentes à bacia do rio Doce. “O P23 é muito importante para todos os munícipes. É um valor grande e considerável que vai ajudar muito nosso município e toda a sociedade”, destacou o Prefeito de Itaguaçu/ ES, Uesley Roque Corteletti Thon.
A Prefeita de Guanhães, Doris Campos Coelho, ressaltou o quão difícil é o controle da perda de água e, por isso, o município se inscreveu Edital. “Isso significa respeito com meio ambiente, cuidado com a nossa água, com a saúde e com a vida. Estamos juntos e sabemos que há muitas coisas boas vindo”.
A diretora do SAAE de Raul Soares, Maria do Carmo, enfatizou a inovação do projeto. “A partir do momento em que controlamos as perdas, estamos economizando, pois deixamos de gastar com produtos químicos e manutenção. Por isso, é muito importante diminuir o percentual de perdas em nosso município”.
“Vamos dar um salto de 0 a 30, porque hoje não temos esse controle. A partir de então, vamos fazer a utilização de recurso público de forma mais eficiente, levando mais água para a população”, frisou o Diretor do Departamento Municipal de Águas e Esgoto (DAE) de João Monlevade, José Afonso.
OS MUNICÍPIOS
A seleção dos contemplados foi feita por meio de Edital de Chamamento Público, no qual os municípios puderam se inscrever e foram selecionados, conforme documentação exigida. “Na área onde será implementado o projeto piloto serão feitas pesquisas de campo para identificação e avaliação das perdas, bem como implementadas ações de combate, cujos resultados servem de base para proposição de um plano global ao operador do sistema de abastecimento de água”, destaca o técnico da Escola de Projetos e Gestor do Programa, Alex Cardoso.
PARCERIA
Com o objetivo de incentivar pesquisas e projetos de inovação e impacto será firmada uma parceria entre a Agência da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul (AGEVAP- Filial Governador Valadares) e o Parque Tecnológico de São José dos Campos, onde tem o Centro de Desenvolvimento Tecnológico de Águas e Saneamento Ambiental (CDTASA). O CDTASA visa impulsionar e promover iniciativas voltadas ao desenvolvimento científico, tecnológico, educacional e industrial no âmbito da gestão de recursos hídricos e saneamento ambiental.
O PROGRAMA
O P23 é dividido em duas fases: projeto e implantação do programa. Na primeira etapa ocorre a elaboração de Plano de Trabalho em parceria com os municípios; a avaliação técnica da região para determinação das ações e investimentos necessários; a capacitação contínua dos parceiros envolvidos no programa; e a determinação da quantidade e localidade para a implementação dos sensores em campo.
Já na segunda na fase, que contempla a operacionalização do programa e monitoramento, haverá a implantação doo sistema de gerenciamento de perdas, por meio do qual deverá ser fornecido ao município, para a área onde vier a ser instalado, os seguintes dados: pressões máximas e mínimas na rede nos pontos analisados; detecção de vazamentos; horários de maior consumo; episódios de desabastecimento de água; regiões que estão operando fora das recomendações de engenharia e agências reguladoras e falhas de equipamentos na rede (VRPs – Válvulas Redutoras de Pressão e/ou macromedidores).
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