7º Reunião Ordinária do Colegiado foi realizada no último dia 18, em Vila Valério.
Membros e convidados do CBH-Barra Seca e Foz do Rio Doce se reuniram no dia 18 de outubro, na sede da Igreja Luterana, em Vila Valério/ES, para a 7º reunião ordinária do colegiado. Em pauta, estavam relacionados temas voltados à criação da Câmara Técnica Institucional e Legal (CTIL), a participação dos membros no Encontro de Integração da Bacia do Rio Doce e a discussão sobre projetos de recuperação ambiental nos municípios da bacia.
Recuperação Integrada da bacia
Em articulação com empresas e instituições, juntamente com o IBIO e os CBHs que compõem a porção capixaba da Bacia do Rio Doce, está sendo desenvolvido um projeto para recuperação integrada da bacia. Com foco na geração de conhecimento sobre a região do Barra Seca e Foz do Rio Doce, priorizando áreas críticas e mobilizando produtores rurais, a reestruturação do programa Reflorestar terá como prioridade o aumento da quantidade de água para região, que já sofre com a forte estiagem do último ano.
O programa pretende recompor e recuperar as matas ciliares e topos de morros, além de proteger os olhos d’água. A articulação surgiu através de uma parceria entre os Comitês, o IBIO, a The Nature Conservancy do Brasil (TNC) e o governo capixaba, que possibilita a integração entre três importantes programas que permitem uma atuação técnica mais assertiva: o Cadastro Ambiental Rural (CAR), o Reflorestar e o Programa de Recomposição de APPs e Nascentes (P52). “Pensamos na reconstrução coletiva das áreas críticas. A ideia é olhar a propriedade rural, fazer os mapeamentos necessários, priorizar o CAR e saber o que a propriedade precisa para continuar produzindo. A partir daí, faremos intervenções, seja na recuperação de nascentes ou na captação de água em barraginhas” explicou o analista do IBIO, Tiago Belote.
Preocupado com a metodologia do programa, o produtor rural e conselheiro do CBH, Jonas Chequetto destacou a importância de trazer o produtor rural para dentro do comitê. “Precisamos chegar no meio rural e levar nossas discussões para dentro da fazenda. Nossa região tem uma produção mais alta que nosso recurso hídrico suporta. No final do mês a conta não bate. Por isso estamos sem água”, comentou.
Assuntos Gerais
Entre os assuntos gerais abordados na plenária, foi discutida a criação de mais uma instância para apoiar as atividades do CBH, a Câmara Técnica Institucional e Legal (CTIL). A Câmara, composta por no mínimo um representante de cada segmento, apoiará as ações dos comitês, com ênfase na análise da legalidade da documentação produzida pelo colegiado.
Os conselheiros Magda Cecilia Pavesi Felner, representante do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA), Roberto Sforza, representante do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBIO) e Anderson Ramires Pestana, da Faculdade de Ensino Superior de Linhares (FACELI), apresentaram o relatório das atividades do Encontro Nacional de Comitês de Bacia Hidrográfica (Encob), realizado no mês de julho, em Salvador/BA.
“Durante as atividades e nos grupos de debates realizados no Encob, percebemos que os comitês que compõem a Bacia do Rio Doce estão à frente, sobretudo devido aos projetos desenvolvidos com recursos oriundos da cobrança pelo uso da água. Porém, precisamos de mais apoio dos órgãos gestores para mostrar a força dos comitês de bacia na recuperação dos nossos rios”, comentou Ramires.
A presidente do CBH-Barra Seca e Foz do Rio Doce, Dolores Colle também participou do encontro e destacou a importância de reunir e conhecer a realidade de outras regiões. “Vejo o Encob como uma formação continuada para os comitês. Nele conseguimos trocar experiências com comitês mais avançados, o que nos ajuda a ampliar as nossas ações e, além disso, somos modelo para aqueles que ainda estão começando”, finalizou Colle.
Também foi apresentada pela diretoria a sugestão de convocar os prefeitos eleitos dos sete municípios que compõem a bacia para uma reunião de alinhamento. “No encontro haverá uma palestra sobre a política de recursos hídricos e a apresentação dos programas e projetos desenvolvidos ao longo da Bacia do Rio Doce, a fim de que os prefeitos conheçam o comitê e a importância de suas ações em prol da revitalização da bacia”, concluiu Dolores.
Modelo de recuperação de nascentes
Logo após a plenária, membros do CBH visitaram a propriedade do produtor rural Francisco Rossini, na zona rural de Vila Valério. O produtor de café tem uma área preservada e cercada, onde é produzida água em grande quantidade e qualidade. Atualmente, devido à forte estiagem, mais de dez caminhões pipas pegam água diariamente da represa do produtor para abastecer outras fazendas e até mesmo o município. “Tem que começar a plantar e preservar logo, para obter bons resultados,” lembrou Sr. Rossini.
“Vemos nessa propriedade que ainda há esperança na recuperação dos nossos rios. Se cuidarmos da natureza, ela também fará o seu papel. Esta é uma propriedade planejada, com uma área de recarga enorme, solo encharcado e, além de tudo, é um lugar lindo. Vemos que é possível ter água, basta cada um fazer a sua parte e ter consciência de que sem água não há desenvolvimento” comentou esperançoso o vice-presidente Carlos Sangalia.
“Esse é um exemplo que deve ser seguido pelo comitê, pela sociedade e, também, pelos produtores rurais. Nossa região enfrenta uma das piores estiagens dos últimos anos, e em meio a tudo isso, encontramos uma nascente em que a água brota do chão, ajudando a abastecer quem não tem”, finalizou Dolores.
Plenária
Visita técnica
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