Produtores rurais cadastrados pelo CBH-Suaçuí recebem irrigâmetro

23/09/2015

Equipamento já foi instalado em quase 150 propriedades em toda a Bacia do Rio Doce

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Na última terça-feira (22), propriedades rurais da Bacia Hidrográfica do Rio Suaçuí receberam o irrigâmetro, equipamento que mede a quantidade de água que deve ser utilizada na agricultura. Financiado pelo Programa de Incentivo ao Uso Racional da Água na Agricultura (P22), o irrigâmetro já foi instalado em quase 150 propriedades na Bacia do Rio Doce.

Produzido e patenteado pela Universidade Federal de Viçosa, o equipamento beneficiará, nessa primeira etapa, 40 produtores rurais que já possuem sistema de irrigação completo que residem nas áreas de atuação de cada um dos Comitês.

Acompanharam o processo de instalação do equipamento o analista de programas e projetos do IBIO-AGB Doce, Eduardo Freitas Costa, o professor e criador do irrigâmetro, Márcio Mota, e o engenheiro agrícola e ambiental Gustavo Castro Gonçalves.

INSTALAÇÃO DO IRRIGÂMETRO

Afonso Bretas, produtor de banana e leite do município de São Vitor, que pertence ao Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Suaçuí, ficou atento às explicações do professor Márcio Mota e se disse bastante esperançoso com os resultados: “Estou ansioso pelos resultados na plantação de banana e também no pasto. Já ouvimos muitos elogios sobre o irrigâmetro, agora vai ser minha vez de avaliar”, disse.

O P22 envolve as seguintes etapas: verificação das condições das estruturas de captação de água das propriedades e do sistema de irrigação e da condução técnica da lavoura; caracterização física dos solos das áreas irrigadas; avaliação dos sistemas de irrigação; acompanhamento sistemático do manejo da irrigação em cada propriedade selecionada; e capacitação dos produtores para a utilização de água nas culturas.

Na Bacia do Rio Suaçuí, o engenheiro agrícola e ambiental e mestre em recursos hídricos Gustavo Castro Gonçalves foi o responsável pela retirada de amostra do solo para  avaliação do manejo do sistema de irrigação. “Estive em diversas propriedades para avaliar diversos itens . O principal deles é quanto, quando e como o produtor irriga o solo. Mas também avaliamos o solo e o determinado tipo de cultura”, explicou.

O professor Márcio Mota destacou a importância dos produtores rurais terem cada vez mais consciência do uso racional da água na agricultura. “Há produtores que não revelam com fidelidade quanto e como irrigam. Com o irrigâmetro, em algumas propriedades o tempo de irrigação até aumentou, graças às informações dadas pelo equipamento”, disse. Ainda de acordo com Mota, os produtores que já utilizam o equipamento começam a ver resultados: “A cultura cresce, e o proprietário vê isso. Irrigação em excesso encharca o solo e faz mal à planta”, orienta.

SAIBA MAIS:

A fim de combater o desperdício de água na agricultura – importante atividade econômica da bacia –, o Programa de Incentivo ao Uso Racional da Água na Agricultura (P22) financia, através de recursos oriundos da cobrança pelo uso do recurso natural, a instalação de um equipamento que indica, de forma simples, quando e quanto irrigar: o irrigâmetro. Os beneficiados pela iniciativa são indicados pelo Comitê de Bacia Hidrográfica ao qual pertencem, tendo como critérios de seleção o tipo de cultura, a localização geográfica e a zona de conflitos. Após serem selecionadas, as propriedades são visitadas por técnicos que analisam o tipo de solo, o sistema de irrigação, o produto cultivado e a temperatura do local. A partir das informações coletadas, o aparelho é customizado. Na Bacia Hidrográfica do Rio Doce, já foram contempladas pelo P22 as bacias dos rios Caratinga e Guandu. O programa segue em implantação nas bacias dos rios Manhuaçu, Santa Maria do Doce, Suaçuí e Pontões e Lagoas do Rio Doce.

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