CBHs capixabas se reuniram para 2° reunião extraordinária do Conselho Estadual de Recursos Hídricos (CERH)

07/12

Segundo Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (IEMA), ainda são encontradas espécies de peixes vivos no Rio Doce.

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O secretário de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Espírito Santo, Rodrigo Júdice, se reuniu na última quinta-feira (26), em Cariacica/ES, com membros dos Comitês das Bacias Hidrográficas dos Rios Guandu, Santa Maria, Pontões e Lagoas e Barra Seca, que pertencem à Bacia do Rio Doce para a segunda reunião extraordinária do Conselho Estadual de Recursos Hídricos (CERH/ES). Também compareceram representantes do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (IEMA), da Agência Estadual de Recursos Hídricos (AGERH) e da Procuradoria Pública de Colatina. O encontro teve o objetivo de apresentar as ações do Estado sobre os impactos provenientes do rompimento da barragem em Mariana/MG.

Ações do Estado

De acordo com Rodrigo Júdice, desde o rompimento da barragem em Mariana, a principal preocupação do Estado foi o abastecimento humano e a fauna e flora do rio Doce. “Exigimos, desde o início, que a SAMARCO ofereça o abastecimento para as cidades capixabas afetadas e um plano de comunicação social para transparência das informações”, disse.

No entanto, nem todas as cláusulas do acordo ajustado entre a SAMARCO e o Estado do Espírito Santo foram cumpridas. “Vimos que a Samarco não respondeu nossas propostas e, por isso, uma segunda liminar exigiu que a empresa fizesse o recolhimento da fauna e flora do Rio Doce, para que, futuramente, consigamos trazer vida para nosso rio”, destacou Júdice.

Fauna e Flora

Para o Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (IEMA), o impacto da lama afeta toda a fauna e a flora ao longo do curso do rio “Além dos peixes, outros animais que vivem próximo ao Rio Doce estão morrendo. As aves, por exemplo, já não estão conseguindo se alimentar e nós também já estamos com um plano de resgate de animais terrestres. Paralelamente a este trabalho, estamos colhendo peixes mortos para analisar e saber mais informações sobre as espécies que vivem no Rio Doce”, disse Marcos Franklin Sossai, coordenador de qualidade ambiental do IEMA.

Ainda de acordo com analises feitas pelo IEMA, ainda são encontrados peixes vivos no Rio Doce. “A barragem de Aimorés tem um canal de adução que não foi afetado pela lama, e lá ainda são encontradas algumas espécies de peixes, porém não sabemos quantas são as espécies e quanto tempo elas vão sobreviver” concluiu Marcos.

Apoio dos comitês afluentes

O encontro contou com a participação de membros da diretoria colegiada do CBH-Doce, representantes dos CBHs Guandu, Santa Maria do Doce, Pontões e Lagoas e Barra Seca. Paulo Paim, diretor presidente da AGERH, frisou o papel dos comitês de bacia na recuperação do Rio Doce. “O comitê tem papel de médio e longo prazo. Se encontrarmos o equilíbrio e sustentabilidade nos comitês afluentes é possível salvar o rio doce”, disse Paim.

A secretária executiva do CBH-Santa Maria do Doce e segunda secretária adjunta do CBH-Doce, Gilse Olinda, questionou a ação das autoridades em relação à revitalização do Rio Doce e se emocionou ao lembrar dos anos dedicados às atividades para a recuperação do manancial. “Nunca imaginei ver essa situação. Minha preocupação maior é com o produtor rural, que tem animais que consomem essa água e podem estar contaminados”, disse.

Já o presidente do CBH-Pontões e Lagoas, Celeste Stoco, destacou o trabalho dos comitês e a importância dos afluentes. “A minha impressão inicial é de que o governo não tem ouvido os comitês capixabas. Estamos aqui acompanhando a situação há anos, com programas e ações”, disse e questionou: “para onde vão as os recursos das multas? Será que vão ser investidos nas atividades dos comitês”? Perguntou Celeste.

Por fim, a presidente do CBH-Guandu, Ana Paula Bissoli, lembrou que os comitês já possuem um plano de recuperação para Bacia do Rio Doce e até o momento nenhuma autoridade considerou essa atividade. “O plano prevê uma serie de ações e até agora não foi considerado por ninguém. Precisamos de articulação para saber o que fazer e como fazer”, concluiu Ana Paula.

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