Comitê também promoveu plenária para debater ações em favor da recuperação dos rios Gualaxo do Norte, Carmo e Doce após o rompimento da barragem.
O município de Ponte Nova/MG foi sede de duas reuniões promovidas pelas câmaras técnicas do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Piranga (CBH-Piranga). O primeiro encontro, promovido pela Câmara Técnica de Programas e Projetos (CTPP), foi realizado na tarde do dia 18 de janeiro e contou com a participação do diretor presidente do IBIO, Eduardo Figueiredo. Já no dia 19, a Câmara Técnica de Capacitação, Educação e Informação em Recursos Hídricos (CTCEI) se reuniu. Neste mesmo dia, também foi realizada a 4ª Reunião Extraordinária do CBH, que contou com a participação de Maria Regina Cintra Ramos, que representou o Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM).
Vulnerabilidade
Entre outros assuntos, a Câmara Técnica de Programas e Projetos (CTPP) avaliou as diretrizes contidas no Plano de Aplicação Plurianual (PAP) para o exercício de 2016 a 2020, considerando a situação da bacia após o rompimento da barragem de Fundão, em Mariana/MG. “A ideia inicial é buscar dividir os municípios da bacia do rio Piranga em microbacias para conseguirmos identificar as novas necessidades”, disse Luiz Claudio Figueiredo, secretário executivo do CBH-Piranga.
O diretor presidente do IBIO apresentou uma análise de vulnerabilidade da bacia. “Temos problemas grandes e diversos pequenos problemas em uma extensão territorial enorme. São mais de 800 km de bacia afetados. Isso é maior que alguns países europeus. Temos uma noção do macro, mas precisamos avaliar o micro, para fazer nossas atividades evoluírem”.
Figueiredo também lembrou a necessidade de levantar novos recursos para recuperação da bacia. “Faltam recursos para a elaboração de alguns programas, uma vez que o montante arrecadado com a cobrança pelo uso da água não é suficiente. Precisamos, portanto, conseguir recursos”, advertiu.
PMSB
A fim de tratar da atual capacidade das prefeituras para a implantação dos Planos Municipais de Saneamento Básico (PMSB), a Câmara Técnica de Capacitação, Educação e Informação em Recursos se reuniu na manhã do dia 19 de janeiro. Novamente, foi levantada a sugestão de dividir os municípios em sub-bacias com o intuito de reunir ainda mais prefeituras e dar andamento aos projetos.
Iolanda de Sena Gonçalves, representante da prefeitura de Guaraciaba, lembrou que neste momento uma das preocupações do comitê está relacionada à entrega dos planos. “É muito difícil fazer 77 reuniões, uma com cada prefeito, mas podemos trabalhar com grupos ou sub-bacias para também avaliar o interesse dos municípios”, sugeriu.
Recuperação de afluentes
Após os encontros promovidos pelas câmaras técnicas, todos os membros do CBH-Piranga se reuniram em caráter extraordinário para debater, entre outros temas, ações em favor da recuperação dos rios Gualaxo do Norte, Carmo e Doce após o rompimento da barragem da Samarco. O objetivo é que, de agora em diante, o comitê acompanhe as ações da força tarefa do estado de Minas Gerais e ajude nos projetos de recuperação das áreas afetadas. “Não temos braços suficientes para gerir R$ 20 biilhões. Mas temos como acompanhar esses investimentos e fazer com que eles sejam revertidos também para os afluentes”, observou o presidente do CBH-Piranga, que integra a força tarefa.
Também durante o encontro foi apresentado pela Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (CODEMIG) o projeto “Plantando o Futuro”, que prevê o replantio de mais de 12 mil árvores nas áreas mais degradas da bacia do rio Doce em todo o estado de Minas Gerais. De acordo com Cléber Maia, representante do órgão, o projeto também tem foco na recuperação de áreas de preservação permanente e nascentes e nas regiões afetadas pelo rompimento da barragem da Samarco.
Recuperação da ictiofauna
Jorge Dergam, especialista em ictiofauna pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), apresentou um projeto para recuperação e revitalização do rio Piranga, com base em estudos relacionados aos macroinvertebrados e peixes da região.
Segundo Dergam, a bacia do rio Piranga já sofria com a degradação resultante da poluição e redução de carga do lençol, mas destacou que é possível reverter essa situação. “Mesmo impactada, a bacia do rio Piranga é a maior esperança na recuperação do Rio Doce”, lembrou.
O próximo encontro da Câmara Técnica de Programas e Projetos (CTPP), será dia 15 de fevereiro, a Câmara Técnica de Capacitação, Educação e Informação em Recursos Hídricos (CTCEI) no dia 16 pela manhã e a plenária será realizada no dia 16 na parte da tarde.
Câmara Técnica de Programas e Projetos (CTPP) 18/01
Câmara Técnica de Capacitação, Educação e Informação em Recursos Hídricos (CTCEI) – 19/01
Plenária 19/01
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