Atualização das cotas de inundação ajudará na prevenção de cheias na Bacia do Rio Doce

30/11

O Serviço Geológico do Brasil – SGB/CPRM está percorrendo pontos da Bacia, monitorados automaticamente durante o período de cheias, para realizar a calibragem da cota de inundação. A atualização é importante para o aperfeiçoamento do Sistema de Previsão de Níveis e Vazões, no qual o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Doce (CBH Doce) está investindo mais de R$ 1 milhão. O objetivo é  o fortalecimento da ferramenta, por meio da atualização da modelagem hidrológica, hidráulica e de reservatórios, além dos mapas de inundação e da disponibilização dos dados em tempo real.

“Dentro desse investimento, também será realizada uma capacitação com os municípios e as defesas civis, que fazem parte do Sistema de Alerta. Então, essa atualização é de suma importância, uma vez que ela será inserida no sistema de alerta, assim como os mapas de inundação, que serão atualizados por meio da verificação da CPRM”, destaca o assessor da AGEDOCE, Alex Pereira.

O investimento dos recursos da cobrança pelo uso dos recursos hídricos faz parte do Programa de Convivência com as Cheias (P31), que prevê a realização de atividades de monitoramento, através de dados hidrométricos das estações fluviométricas e pluviométricas, registros da Defesa Civil e acompanhamento da ocupação de áreas de risco por imagens de satélite.

CALIBRAGEM

A ação foi apresentada pela CPRM e discutida no Grupo de Trabalho de Cheias, criado no âmbito da Câmara Técnica de Gestão de Eventos Críticos (CTGEC) do Comitê de Bacia Hidrográfica do Rio Doce (CBH-Doce), em reunião realizada fevereiro de 2023. Este grupo é formado por representantes da sociedade civil, usuários e poder público municipal, além de representantes da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico e CPRM.

Em 2023, foram realizadas reuniões de alinhamento entre a CPRM e os municípios, com apoio do GT-CHEIAS/CBH-DOCE para organização das visitas técnicas. Até o momento foram realizados levantamentos em Colatina, Governador Valadares, Ponte Nova e Naque.

O técnico em hidrologia do SGB/CPRM, Alexandre Henrique, explicou que o aparelho mede a altura do bairro em relação ao nível do rio, por isso, a atualização permitirá obter maior precisão quanto às cotas de inundação. “O trabalho é realizado por meio da utilização de um DGPS – aparelho semelhante a um GPS, que tem o objetivo de receber um sinal mais preciso. Para isso, ele é colocado em um determinado ponto do bairro, sendo, então, capaz de colher as informações e enviar para a Central. A partir daí os dados levantados são validados, possibilitando a definição de uma nova cota de inundação”.

O Coordenador do GT Cheias, Marlon Coelho, destaca que essa atualização é fundamental para que os municípios tenham acesso a dados cada vez mais qualificados durante o período chuvoso. “O GT, enquanto órgão colegiado, discutiu a atualização, observando que a situação do leito do rio é variável. Além disso, será realizado o trabalho de batimetria, com o objetivo de verificar a profundidade do rio e possibilitar a obtenção de dados cada vez mais assertivos, garantindo segurança para a população”, destaca.

OUTROS INVESTIMENTOS

Em 2012, foi iniciada a articulação entre CBH Doce e ANA para a prevenção de inundações naturais. O primeiro passo foi definir as 23 cidades críticas. Em seguida, foi realizado o geoprocessamento com mapeamento do uso e ocupação do solo de toda a bacia, produto em moderada resolução e alta, além da entrega dos produtos aos municípios contemplados.

Já foi realizada também a Topobatimetria, com levantamento de 375 seções transversais, nos trechos de rios selecionados para a modelagem das cheias naturais e o caminhamento a jusante das barragens que serão escolhidas para rompimento; medição de perfis de linha d´água nas seções transversais levantadas; Identificação de marcas de cheia notáveis e Georreferenciamento de estações fluviométricas nos cursos d´água investigados.

ATUAÇÃO NO PERÍODO DE CHEIAS 

Cabe ao CBH Doce, por meio de Grupo de Trabalho de Cheias, apoiar, articular e acompanhar estudos, projetos e ações relacionadas à operação, ampliação e modernização do Sistema de Alerta de Eventos Críticos – SACE/CPRM na Bacia do Rio Doce. Também é competência desse grupo apoiar, articular e acompanhar o desenvolvimento das ações hierarquizadas no PAP 2021-2025 no âmbito do Programa de Convivência com as Cheias (P31).

Também é responsabilidade dos comitês a articulação para a abertura da Sala de Crise da Cheia do Rio Doce, que reúne representantes da Casa Civil da Presidência da República, Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (CEMADEN), Defesa Civil dos estados de Minas Gerais e Espírito Santo, Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), Serviço Geológico do Brasil (CPRM) e da AGEDOCE, sob coordenação da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA). Durante as reuniões, são repassadas informações atualizadas sobre o monitoramento e previsões de cheias.

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