Proposta é, através de parcerias, implementar o Monitoramento Hídrico Participativo de Vazão (MHP), por meio da Educação Ambiental e Ciência Cidadã nos hidroterritórios
Membros dos Comitês da Bacia Hidrográfica dos Rios Doce e Piracicaba participaram de uma Capacitação de Pessoal em Projetos de baixo custo a serem implantados em algumas sub-bacias piloto do Piracicaba. As oficinas de capacitação aconteceram no Santuário do Caraça, em Catas Altas, nos dias 10 e 11 de junho.
A iniciativa é uma parceria do Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN), Universidade Federal de Itajubá, campus Itabira (UNIFEI) e Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), com o apoio do Santuário do Caraça. A inciativa teve como objetivo verificar, junto aos membros dos Comitês de Bacia, a viabilidade da parceria para a criação de um Programa de Monitoramento Participativo dos Recursos Hídricos das Bacias dos Rios Doce e Piracicaba, inserido dentro do Programa de Educação Ambiental e Mobilização Social do Plano Diretor dos referidos CBHs.
Pelo CBH Doce, estiveram presentes os conselheiros: Iusifith Chafith, Francisco de Assis e Sandra Alves Pereira. Já pelo CBH Piracicaba estiveram presentes: Hercília Andrea Sa, Geraldo Magela, Luana Barbosa, Lucas Bicalho e Marxelly Azevedo.
No primeiro dia, houve apresentações da Teoria e Metodologia sobre a medição de vazão dos rios com traçador salino; e apresentação de dois projetos a serem implantados em algumas sub-bacias piloto da Bacia do Piracicaba.
Já no segundo dia, os membros participaram de um Monitoramento Hídrico de vazão usando sal de cozinha como traçador. “O uso de traçadores salinos para medir a vazão dos corpos d’agua é um caminho simples, comunitário e científico. Acredito que a ciência cidadã tem que assumir cada vez mais esse papel de protagonista dentro dos territórios, com o olhar de quem ali vive e o apoio da academia, assim teremos, cada vez mais, pessoas comprometidas com a gestão dos recursos hídricos na bacia do Doce”, pontuou o conselheiro Francisco de Assis.
Para os conselheiros que estiveram presentes, a medição de vazão de cursos d’água por meio de traçador salino se destaca por uma série de fatores. “Sendo o principal a alta significância para a bacia do Rio Piracicaba e do Rio Doce que vem perdendo volume nas últimas décadas, mas as vantagens são muitas, começando por poder ser integrado ao Programa de Educação Ambiental e Mobilização Social dos CBHs Piracicaba e Doce”, pontua Geraldo Magela, destacando outros pontos favoráveis, como: Projetos de custo muito baixo; Suporte de dois institutos acadêmicos especializados: CDTN (Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear) e UNIFEI/Itabira – Profágua/ANA; oportunidade de contar com a parceria de comunidades locais (Ciência Cidadã); Possibilidade inovadora por agregar mecanismos facilitadores de pesquisa técnico-científca por meio da Ciência Cidadã, podendo até haver suporte complementar de outras instituições (UFMG e UNESCO).
Para os conselheiros, os dois dias de atividade no Santuário do Caraça foram uma oportunidade única de vivenciar possibilidades educacionais de trabalhar o olhar das comunidades para a gestão dos recursos hídricos. “Foi verificado pelos conselheiros a forma simples de fazer as medições, sendo constatado na prática que a metodologia pode ser transferida com facilidade a todos os interessados, nas bacias envolvidas, destacando além da praticidade o baixo custo dos insumos e equipamentos, ou seja, sal de cozinha, balde e ou qualquer outro recipiente e o condutivímetro, todos com valores acessíveis”, destaca Geraldo Magela.
CONCLUSÕES
Ao final da apresentação, os membros dos CBHs pontuaram, conforme as conclusões finais, a implementação do programa, projeto piloto, para criar uma rede de monitoramento em sub-bacia(s), para medidas regulares de vazão (períodos seco/chuvoso) com apoio das comunidades locais, de forma a acompanharem as variações dos caudais dos corpos hídricos e contribuir para a gestão dos recursos hídricos (segurança hídrica).
“Foi levantado durante os debates, a sugestão de envolver as micro bacias já inseridas na Iniciativa Rio Vivo como forma de monitorar a vazão das nascentes cercadas e com possibilidades ainda de inserir esses proprietários no programa de PSA, pagando por volume de água produzido, incentivando os mesmo a, além de conservar e manter o investimento feito pelo CBH em sua propriedade, ampliar a área de recarga.”, finaliza Geraldo Magela.
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