Dores de Guanhães recebe Seminário Socioambiental do CBH-Santo Antônio

19/08

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O município de Dores de Guanhães recebeu, no dia 19 de agosto, o 3º Seminário Socioambiental do CBH-Santo Antônio. O encontro reuniu alunos e a comunidade para discutir questões como a preservação do patrimônio cultural e natural e a produção rural na região. A iniciativa contou também com o apoio da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo de Dores de Guanhães, Ministério Público do Estado de Minas Gerais, Emater, Instituto Estadual de Florestas (IEF) e IBIO AGB-Doce. Segundo a organizadora do evento, secretária de Meio Ambiente de Dores de Guanhães e conselheira do CBH-Santo Antônio, Isabela Lopes Cançado, o seminário dará aos participantes a oportunidade de “trocar e adquirir conhecimentos e informações sobre diversas áreas”. Cerca de noventa pessoas participaram do encontro; entre eles o presidente do CBH-Santo Antônio, Felipe Benício Pedro; a secretária de Educação, Ária Maria Fernandes; o vereador, Welerson de Souza; o secretário de Desenvolvimento Econômico, Cultura e Turismo, Marcos Fernandes Câmara e o técnico extensionista da Emater, Júlio César Gomes, além de representantes do IBIO-AGB Doce.

 Políticas Públicas Municipais na Esfera Patrimonial, Cultural e Socioambiental

O seminário foi aberto pela secretária de Meio Ambiente, Isabela Cançado e pelo secretário de Desenvolvimento Econômico, Cultura e Turismo, Marcos Fernandes Câmara, que falaram sobre o tema “Políticas Públicas Municipais na Esfera Patrimonial, Cultural e Socioambiental”. Durante a palestra, foram apresentadas as ações desenvolvidas pelo município em prol do patrimônio cultural e histórico. “É a nossa herança do passado e o que construímos hoje, uma questão coletiva. Cabe a todo mundo preservar e incentivar esse pensamento”, afirmou Isabela. Também foram apresentadas ações com foco na recuperação ambiental, como o Programa de Melhorias Sanitárias, Programa de Cercamento de Nascentes e o Programa de Coleta de Materiais Recicláveis.

 Patrimônio Cultural e Natural na perspectiva de um sistema regional de gestão

O representante da Secretaria de Estado de Cultura de Minas Gerais e do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais, Fernando Pimenta, falou sobre a defesa e promoção dos bens naturais e culturais frente aos desafios do desenvolvimento. “Quando a gente olha para um patrimônio temos que analisar o que foi construído, como estamos lidando com esse patrimônio e o que queremos para o futuro”, destacou. Pimenta explicou aos participantes a diferença entre patrimônio histórico, cultural e ambiental ou natural e apresentou o que é considerado patrimônio. Segundo a constituição, as formas de expressão; os modos de criar, fazer e viver; as criações científicas, artísticas e tecnológicas; as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às manifestações artístico-culturais e os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico e ambiental são exemplos de patrimônio. Fernando ainda destacou a importância do município na preservação do patrimônio.  “A grande conquista da constituição foi colocar o governo municipal como principal agente que vai ajudar a identificar, conservar e promover o patrimônio.”, disse.

 Agricultura familiar e meio ambiente

O representante da Emater, Marcelo Bonfim, deu seguimento à segunda parte do evento com informações sobre alternativas de renda para a agricultura familiar e o respeito ao meio ambiente. Marcelo destacou o envelhecimento da população rural e a sucessão familiar como graves problemas na região. Segundo o palestrante, a ida de crianças do campo para escolas localizadas nas cidades tem sido o principal entrave à sucessão familiar, além da desvalorização do trabalho do produtor rural. Como alternativa para o aumento da renda familiar na agricultura, Marcelo destacou a importância da diversificação da atividade.

 Uso racional da água

O analista de Programas e Projetos do IBIO-AGB Doce, Eduardo Costa, apresentou aos participantes o Programa de Incentivo ao Uso Racional da Água na Agricultura (P22), desenvolvido pelos Comitês de Bacia Hidrográfica dos Rios Caratinga, Manhuaçu, Suaçuí, Guandu, Santa Maria do Doce e Pontões e Lagoas do Rio Doce, afluentes do Rio Doce. O programa, que é custeado pelo recurso da cobrança pelo uso da água na bacia, tem como finalidade identificar áreas críticas relacionadas ao uso da água para irrigação e estabelecer estratégias para o amento da eficiência do uso da água na atividade. O P22 custeia a instalação de um equipamento que indica, de maneira simples, quando e quanto irrigar: o irrigâmetro. Os beneficiados pela iniciativa são indicados pelo Comitê de Bacia Hidrográfica ao qual pertencem, tendo como critérios de seleção o tipo de cultura, a localização geográfica e a zona de conflitos. Após serem selecionadas, as propriedades são visitadas por técnicos, que analisam o tipo de solo, o sistema de irrigação, o produto cultivado e a temperatura do local. A partir das informações coletadas, o aparelho é customizado. Na Bacia Hidrográfica do Rio Doce, já foram investidos mais de R$ 1,6 milhões pelo programa. Eduardo Costa demonstrou aos participantes como é o funcionamento do irrigâmetro através da exibição de um equipamento.

 Cadastro Ambiental Rural e seus aspectos legais

Para finalizar o seminário socioambiental de Dores de Guanhães, os representantes do Instituto Estadual de Florestas (IEF), Hermógenes Silva e Thales Augusto Duarte, colocaram em pauta o Cadastro Ambiental Rural (CAR). Segundo o artigo 29 da Lei 12.652, entende-se por CAR o registro público eletrônico de âmbito nacional, obrigatório para todos os imóveis rurais, que tem como finalidade integrar as informações ambientais das propriedades e posses rurais, compondo base de dados para controle, monitoramento, planejamento ambiental e econômico e combate ao desmatamento. Thales explicou o que é necessário para fazer o cadastro e mostrou, passo a passo, como o procedimento deve ser realizado.

 O evento foi finalizado com a apresentação cultural do cantor Douglas Miranda.

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